sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Verifique sua caixa de mensagens



Email, segundo o dicionário, (não,vou confiar na Wikipédia dessa vez): é um método que permite compor, enviar e receber mensagens através de sistemas eletrônicos de comunicação. Fato: Se você tem uma caixa de mensagens está sujeito a receber todo tipo desses verbóides da internet. Mas por que as pessoas insistem em mandar correntes de email que simplismente serão esquicidas ou felizmente apagadas sem serem lidas? Pelo menos, eu faço isso.

Outra dúvida me ferre, por que ainda existem mensagens começando com ameaças de morte,de sequestro ou de de historias infelizes como esta: “Uma menina apagou sem sequer ler todo esse email.Grande Erro!Mais tarde naquele dia, recebeu um telefonema da polícia. Era sobre seu namorado! Tinha sofrido um acidente. Não sobreviveu.”Nem o Fred Kruger inventaria isso. E o namorado dessa menina seria tão azarado de ainda virar piada nesse texto? E pode piorar. Há os que te desejam 100 anos de má sorte se você não repassar a porcaria do email que na maioria das vezes é uma mensagem melodramática ou algo sensacionalista. Eu devo está no mínino condenada a cadeira elétrica. Por que nunca na minha vida repassei esses emails.

Já aprendi a identificar esse tipo de badulaque da perca de tempo: primeiro se você ver "FW:Enc: "antes do nome que caracteriza o email fique atento, e se depois vem as palavras boa, urgente e lindíssimo. Então, tenha certeza, vai ser: ruim, dispensável e brega. Pode haver algumas exceções raras, mas se você quiser correr o risco de abrí-los, fique a vontade. Só queria saber quem preenche seu tempo fazendo aquelas mensagens de Power Point com brilhinhos e corações, com recursos musicais e textos enormes de lições de vida e lendas. Um importante fator de reconhecimento é ver o remetente. Sempre tem um amigo seu que tem gosto refinado para mandar essas peripécias.

Como na internet nada tem dono, muitas vezes recebi textos em que se escreve qualquer barbaridade e no final assinam: Charles Chaplin,Chico Xavier, Arnaldo Jabor (esse é campeão), ou outro autor da preferência do criador do email. E ainda há os que copiam as frases mirabolantes desses textos nos MSNs e perfis orkutianos.

Está bem, vou confessar que existe um tipo desses emails que gosto. São os de piada, claro. Bom humor sempre é bem vindo. Até agradeço quem me manda, só não esperem que eu repasse. Por simples falta de hábito, mesmo. Se vocês virem Miza@ seguido de FW:Enc: me avisem, alguém clonou meu email.

Enfim, se você comentar esse texto, poderá ter uma surpresa no final do dia. O grande amor da sua vida vai ligar para você....é mentira , não resisti.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Conversas de velório


Ao chegar ao velório de um amigo, fui percebendo as peculiaridades que povoam essas cerimônias fúnebres. É impressionante o que se ouve nesses momentos. Quando estava tomando um café que era servido no local, não pude deixar de escutar, uma conhecida dizer:

-“Eu sonhei com ele se despedindo”.


Essa frase, em forma de previsão, já escutei várias vezes nessas situações. Mas não sei por que os defuntos iriam se despedir de pessoas que eles só viram umas três vezes.


Não tão distante da mulher da previsão havia um grupo simpático que debatia as últimas horas de vida do falecido. E então como eu estava esperando saiu essa máxima:


- “Ele parecia que sabia que ia morrer”.


Claro, a frase vem acompanhada de alguma atitude do morto que poderia ser totalmente normal, caso ele não fosse morrer poucos instantes depois.


Como em todo velório meu amigo foi beatificado. Algo natural. Até dívidas foram perdoadas. Depois que se morre, não importa se a pessoa tratou mau alguém, se foi egoísta ou se roubou uma velhinha. Afinal, ele morreu, coitadinho. As qualidades dos mortos chegam a ser paranormais de tanto que são ressaltadas. Após sua morte, meu amigo acabou virando melhor em tudo. Uma amiga da mulher da previsão falou:


-”Ele era o melhor filho”. Imagina se ela fosse a mãe dele mesmo.

Mas não há de se negar que existe uma espécie de solidariedade incomum nesses momentos. Vi uma tia-avó do primo do falecido acalentando um quase parente sobre a perda daquela pessoa a qual ela nunca tinha visto viva. Estranha, mas educada. Depois a tia-avó se juntou a um grupo que estava na parte dos comes e bebes. São as pessoas que tornam o evento mais social possível. E de lá ouvi o “disse me disse”:


-“Você viu como ela engordou? “.“ Mentira, eles se separaram?”. “ Não acredito que o João , tão próximo dele não veio!
Vi também os que se preocupavam de verdade, os que choravam e amenizavam o sofrimento da família. Mas o choramingo relâmpago de algumas pessoas prendeu minha atenção. No celular um falou baixinho, com o nariz vermelho de choro:


-“Espera um pouco, depois que eu sair daqui eu vou assistir o jogo com vocês”. Ou era a novela? Não lembro bem.


Porém acredito que o ser humano está sujeito as suas fraquezas. Principalmente quando se trata de assuntos como a morte, de difícil aceitação e compreensão. Aversa, ao que via e ouvia, resolvi abraçar a família do meu amigo. Sai silenciosamente, não tinha o que dizer.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A música de cada um


Existem pessoas que tem música. Transmitem melodia com os olhos, com os gestos, com as palavras. É aquela gente que você conhece há pouco tempo e parece que já era amigo há várias gerações. Ou o contrário, você conhece há muito tempo e sempre tem algo novo para te contar ou te ensinar. Pessoas de sorriso fácil. Entende suas piadas rapidamente. Você se sente em casa mesmo estando no trabalho ou num lugar esquisito. Eu escuto a música dessas pessoas de forma clara e cada uma tem um ritmo diferente.


As melodias que eu mais gosto são as que transmitem ritmos alegres, contagiantes, sempre de bem com a vida. Dá vontade de dançar quando estou perto dessas pessoas de tão forte que transmitem a música. É uma sensação tão boa que não vejo a hora passar quando estou perto delas. Não dá medo de me sentir ridícula com atitudes ou frases estranhas que deixo escapar às vezes.


As músicas mais barulhentas vêm daquelas pessoas rabugentas, que se irritam com facilidade e explodem quando provocadas. A primeira vista você não consegue escutar direito é uma confusão de sons, mas ao ver que quando se acalmam são justas e amigáveis, entende que elas precisam de uma freqüência alta de notas musicais para se sentirem vivas.


Também existem aquelas melodias aconchegantes, com som de abraço apertado. Alguns te lembram a infância, te passam segurança, são as músicas de pessoas que te acompanham desde pequeno ou de alguém que te passa tanta tranqüilidade que dá vontade de ficar no colo e pedir cafuné. Há ainda os que sabem que são musicais, e como utilizar a música e fazem dela batucada no coração de muita gente.


Mas tem pessoas que não consigo ouvir. Aumento o mais alto no controle remoto dos meus sentidos, mas não escuto nenhum som que venham delas. Geralmente, são as pessoas que me transmitem medo, as que dificultam o brilho nos olhos dos outros, que fazem piadinha da vida. Ás vezes tenho dó delas, pois não conseguem superar os problemas e fazer deles música.

sábado, 24 de outubro de 2009

A vida e suas verdades


Detesto verdades absolutas. Aquelas máximas que as pessoas usam como desculpa para tudo. Frases repetitivas que de tanto serem ditas acabam virando lei. Uma que escuto muito é: trabalhar com gente é horrível. Não deve ser tão maravilhoso ter ninguém para ouvir bom dia no trabalho, para pedir uma opinião, para desenvolver uma idéia, não ouvir alguém te perguntar sobre o cabelo novo, sobre sua mudança de humor, sobre sua feição mais bonita num dia de verão,( em Teresina, prefere-se o inverno).


Outra que acho célebre é: era bom mesmo quando era criança. Ninguém lembra do sofrimento e do medo das primeiras decepções. Daquele herói que passava na TV e que você descobriu que não era de verdade. De quando se perdeu e não sabia como voltar para casa. As pessoas se prendem a idéias fixas, desvalorizando que estão vivendo no momento e o que podem viver.


Eu também já usei muitas dessas desculpas e frases para esconder meus erros e ocultar minhas frustrações, mas procuro a cada dia num trabalho diário de desintoxicação cultural tentar ver as coisas como elas realmente são. Até mesmo quando te falam: se você não estudar, não vai ser ninguém na vida. Não acredite. Primeiro: Você já é alguém.Sabemos que muitas pessoas que não estudaram se destacaram, como esportistas,ganhadores da loto mania, um empregado que depois de muito trabalho virou patrão. Claro que a leitura e o estudo te dão um leque bem grande de opções, mas infelizmente não te dão garantias reais para você se dar bem na vida.


O engraçado é que essas “verdades absolutas” acabam virando ditados populares. E daí vem frases das mais estranhas e até hilárias. “Deus ajuda quem cedo madruga’. Usar o nome de Deus assim e assumir o que ele fala acho até pecado. Não sei se tem algo na Bíblia a respeito, mas se não tiver acho que até colocariam para dar mais credibilidade .”Dinheiro não traz felicidade”.Esse não vou nem comentar. Afinal, depende do que é felicidade para cada um.”Quem avisa amigo é”, encontrei já vários inimigos que adoram me avisar, principalmente as más notícias. Seria uma infinidade de frases que querem te colocar idéias para seguir, o bom é que existe uma variedade enorme para se escolher.Porém, você pode fazer sua própria frase.Mas isso também poderia ser um idéia que quero te colocar, não deixe que pensem por você.

domingo, 11 de outubro de 2009

Tributo a Nicéia

Quando cheguei na minha casa, os olhares eram de reprovação. Existia uma lei bem clara ditada pela dona Eliane, minha mãe: não quero cachorro aqui. Então, coloquei meu pequeno pedaço de satisfação no chão, balançando o rabinho para lá e para cá.Meu irmão já veio logo usando seu mau humor habitual: “Tira esse cachorro daqui, ele é feio demais. Nem de raça é. E esses olhos esbugalhados, magrelo? Tira daqui!”Nem dei ouvidos, para mim era o cachorro mais lindo do mundo, na verdade cachorra, nunca tinha tido uma.Sem querer ou não, ela acabou ficando.Seguia-me para todo lado, dormia na minha cama, era uma festa.

Ah, detalhe ela foi praticamente roubada. Pelo menos para alguns amigos meus. Meu vizinho a tinha me dado para eu mostrar para minha mãe e se ela gostasse, ficaria, mas falei que seria muito difícil isso acontecer. Ele ficou me esperando na porta, diz a lenda que ele ficou até muitas horas no mesmo local me esperando, e que a irmã dele não tinha permitido a doação. Foi uma confusão. Só menor do que para escolher o nome da minha cachorra.


Tinha vários nomes meigos em mente. Princesa e Barbie estavam no topo da lista. Mas claro, que meu pai tinha que pensar nos nomes mais estapafúrdios para colocar na minha cachorrinha. Na época os jornais colocavam em evidência o caso de um político que estava sendo denunciado pela própria mulher. Meu pai disse que minha cachorrinha era tão danada como essa tal esposa, e adivinhem o nome dela: Nicéia Pitta. Meu pai insistiu tanto que ficou. Nicéia.Era realmente o melhor nome.


Com o tempo ou falta dele, minha cachorrinha deixou de me seguir, e passou a acompanhar minha mãe. Não fiquei com ciúme. Também minha mãe era ótima no que fazia, em ser mãe.Acabei virando irmã mais velha de Nicéia, às vezes a mais nova.Passei a ser a segunda pessoa que ela mais amava.


Ela tinha mania de latir muito quando alguém batia a porta. Era nossa campainha. Mas na hora que as pessoas entravam ela se calava. Uma medrosa valente. Já passei bons bocados por causa dela. Como, por exemplo, quando ia iniciar minhas aulas na universidade, sem querer deitei sobre ela no sofá. Numa velocidade ímpar ela se agarrou a meu nariz. Isso mesmo, foi mordida bem no nariz no primeiro semestre de jornalismo, tive que tomar três injeções anti-raiva.Fiquei alguns dias sem falar com ela. E ela nem se importou. Eu que não resisti e peguei-a no colo para dançarmos ao som de qualquer música. Adoro dançar e ela muitas vezes era meu par na sala de casa. Ela também adorava ficar nos meus braços, só que agora eu protegia melhor meu nariz.


Percebi que Nicéia tinha personalidade forte no dia meu pai trouxe outro cachorro para minha casa. Fora um presente de um amigo. Era lindo. Um filhote da raça fila, cinza, gordinho, nos o chamavámos de Popó.Na hora de dividir a ração, Nicéia sorrateiramente empurrava o filhote para lado até ele cair. Era mais rápida e sempre derrubava ele nas perseguições por comida. Se mostrava bem mais inteligente, e o Popó teve um fim trágico. Meu irmão o atropelou por acidente, pensei até que iria fazer terapia por isso, de tão mau que ele ficou com a situação. Então a Niceia continuou a reinar como o única espécie canina da casa .


Eu sempre foi responsável em enxugar a Nicéia na hora do banho. Só minha mãe a banhava. Tinha um gênio forte. Quando a enxugava colocava o pano amarelo cobrindo as orelhas e dizia para todo mundo que ela era a Jade, a mulçumana. Ela nem ligava.Nicéia também era muito ciumenta. Ninguém podia beijar a mamãe na frente dela. E para vaciná-la? Era um tormento. Dava mais trabalho do que um pastor alemão. Sendo que ela tinha a fisionomia de um cachorro da raça pinche, só que era branca com uma mancha preta, grande e simpática perto da barriga.Sempre se escondia debaixo da cama quando estava com medo e não tinha quem a tirasse de lá, mordia mesmo.O tempo passava e ela continuava sempre ali nos acompanhando, até nas viagens a nossa terra natal.


Até que um dia o pior aconteceu. Nicéia correu, se bateu na mamãe e começou a ter convulsão no meio da sala. Parecia que tinha se engasgado com água. Seus olhos eram vagos. Mamãe começava a se lamentar: “Não tem mais jeito”. Eu não sabia o que fazer, para quem ligar, para onde levá-la . Eu a nunca tinha a visto daquele jeito se batendo no chão, parecia realmente que ela tinha pouco tempo de vida. Covardemente, fui para quarto da mamãe me encolhi no escuro e comecei a rezar, me arrependi dos carrapatos que não consegui tirar dela, das vezes que não a levei para passear, dos pedaços de carne que não dei no jantar.Chorei muito.Mas a voz do meu irmão foi bendita: “Ela se levantou”.


Corri para onde ela estava e vi o quanto ela estava magra. Preparei um leite gelado para ela, que relutantemente tomou, mas logo teve outra convulsão, dessa vez mais rápida, mas voltou ao normal. Em casa, ninguém dormiu nessa noite. Nós a levamos por hospital veterinário no outro dia. Foi horrível a ver fazendo os testes, e mais ainda tê-la longe durante três dias em que ficou internada. Durante nove anos ela nunca tinha dormido fora de casa. O veterinário, que cuidou da Nicéia, era muito simpático e confiante. Ele informou que ela tinha uma virose, mas que não dava para identificar se era o tipo mais leve ou a mais grave. Com a melhora da minha cachorrinha ele a liberou e indicou uma medicação simples. Mas só fomos embora depois de ter esperado muito tempo para acharem a ficha dela no hospital e também tive que tirá-la das mãos de uma veterinária estranha que queria tirar o sangue dela para fazer um teste de um novo remédio para carrapato. (Era só o que faltava).


Nicéia ainda estava muito fraquinha e minha mãe a recebeu com um sorriso enorme.Foi ótimo ver a felicidade nos olhos das duas. Pena que foi por pouco tempo. Nicéia passou o dia normal, se alimentou bem, ficava zangada quando a gente fazia as coisas que não gostava. Mas no outro dia tudo se alterou. Começou a ter convulsão novamente. Liguei para o veterinário que pediu para dar água com mel para ela e para no outro dia levá- la para o hospital veterinário. Mas não deu tempo. A noite a convulsão foi mais forte.Minha mãe usou a mesma frase de antes: “Não tem mais jeito”. E dessa vez ela tinha razão. E depois de uma pequena análise, ela falou: “A Nicéia se foi”.


Timidamente, me escondi na parte da casa que está inacabada por conta de uma reforma e chorei. Durante a madrugada solucei muito e alto, até minha mãe brigar comigo: “faz mau sofrer assim por causa de um bicho”. Fiquei feliz por poder chorar e chorei baixinho. Ainda vejo o sofrimento forte nos olhos da minha mãe quando ela lembra da Nicéia.Sei que doeu mais nela quando vimos a colerinha rosa que ficou no quintal de casa.

sábado, 19 de setembro de 2009

O mundo dos otários


Otário é feito para ser passado a perna. E para vê os “malas” , os “bons”se dando bem.Mas o otário não vê na felicidade doentia do “o Cara” motivo de satisfação. Otário que é otário, gosta de coisas difíceis.Incrivelmente difíceis. Por isso é otário.Com tantas coisas fáceis a disposição, o otário sempre quer mais que isso, e o pior, sem atalhos, acredita que caminho certo deva ser seguido, mesmo que seja longo.Um saco, mas acreditem eles são felizes assim.

Uma das maiores características desse tipo de gente é a ingenuidade, para quê desconfiar das pessoas, qual a grande graça de mentir e sacanear com os outros? Otários não se alimentam desses vícios para se sentirem bem. Não precisam disso e pensam que os outros também são como eles. Mas não são. A classe dos otários vem perdendo vários adeptos, e são espécimes raros em certas cidades, como Brasília.

Geralmente otário gosta de ler e estudar, e é motivo de graça por isso. Tem tendências para a timidez. Quer ver um otário em pânico:coloque-o para falar em público. Você vai assisti a maior espetáculo de carnificina para eles se estiverem em frente a um palco. Otário são emotivos.São famosos por chorar até ao assistir comercial de margarina.

É bom lembrar que há vários tipos e níveis dessa categoria. È fácil catalogá-los, alguns dá para perceber de longe, são meio desajeitados, roupas fora de moda, excêntricos. E há também aqueles que você demora um pouco para reconhecê-los, eles se fingem de descolados, extrovertidos mas na hora de topar “uma parada sinistra” eles caem fora. Eles têm vários medos.

Conheci muitos otários ao longo da minha pequena vida. Tentei arduamente não pertencer a essa classe discriminada, sofrida e angustiada. Mas sou uma espécime legitima e hoje tenho até orgulho de ser um deles.E acredito: o mundo é dos otários!
Música que me disseram ser pano de fundo desse texto! Valeu, Jujuba! kkk

sábado, 5 de setembro de 2009

O dia D


Pela madrugada tinha feito um resumo de como fazer a baliza. Não sei se isso ia ajudar, mas pelo menos me deixava tranqüila, como se fosse um bizu de vestibular. E lá ia eu decorando a formula mágica até chegar a auto-escola. Claro que logo o meu instrutor tinha que atrasar e me deixar mais nervosa ainda. Só uma pessoa como eu faria o teste do Detran, para tirar a carteira de motorista ,sem ter certeza de nada com relação a um carro. Eu já havia faltado um teste e adiado o último marcado, não dava mais para fugir.


Aprender a dirigir tem sido um martírio para mim. Meu pai viaja muito então o carro nunca estava em casa, porém eu e meu irmão rachamos e pagamos nosso super carrão popular usado...A única pessoa habilitada que passa muito tempo em casa é meu irmão, que quando me ensina a dirigir é com aquelas palavras maravilhosas:” Não está vendo o carro não”, “eu tenho que dizer toda vez que não é assim?”, “te ensinaram isso na auto escola?”. Uma vez sai chorando do carro. Dirigir exige pratica, não é algo que se aprende lendo. E para praticar tenho que estar ouvindo as barbaridades do amor fraterno...


Enquanto para muitos dirigir é como andar de bicicleta,(acho que por isso eu nunca tive uma), para mim era como segurar as rédeas de um cavalo selvagem. O máximo que consigo é dirigir com meu irmão do lado até o trabalho bem cedo pela manhã quando o movimento do trânsito é menor, claro, ouvindo as mesmas barbaridades de sempre, talvez isso deva ser um dos motivos para o meu péssimo desempenho no volante.


Mas lá estava eu numa sala cheia de gente desconhecida esperando ser chamada para forca. Não me lembro de sentir tanto medo assim na minha vida. Fiz uma volta de reconhecimento com o meu instrutor, quando ele saiu não agüentei e pedi, fica aqui. Ele sorriu e falou como um pai: fica tranqüila que vai dar tudo certo. Na hora que ele saiu o carro começou a estancar, do lado de fora uma instrutora procurava por seu aluno, “alguém viu um rapaz loiro? ele sumiu e não fez o teste”. Fiquei com inveja do rapaz loiro.


Confesso que pensei nos meios ilícitos de conseguir minha carteira por realmente não me sentir preparada para aquilo. Pensei comigo então: todo muito enfrenta isso, tenho que encarar. Quando meu instrutor saiu percebi que nunca tinha ficado sozinha com um carro antes, sempre com o meu irmão do lado, ou com alguém da auto-escola. Agora entrava no carro duas mulheres que nunca tinha visto antes com chapéus que lhe davam mais ainda um ar de fiscais que querem te ferrar. E lá ia eu sinalizando mais que guarda de trânsito.


“Vá para baliza três”, era uma ordem. Então comecei a praticar a formula, gira para direita, gira para esquerda, embreagem, marcha ré, dois giros para alinhar....Ouvi uma voz que vinha de fora: pode tirar. Bom sinal. Tirei o carro. As chapeludas ordenaram para que eu seguisse para o percurso. Ai não resisti: Eu passei na baliza? Uma delas falou que sim.Fiquei tão feliz por conseguir. Mas era tão improvável que não pensei no resto. Não tinha articulado nenhuma formula mágica para fazer o percusso, por que realmente nunca achei que iria chegar nele. Achava que não passaria da baliza.


Logo na saída estanquei o carro, as chapeludas começaram a se irritar fazendo pedidos simultâneos, fiz estacionamentos bem distantes da calçada. Antes do final do percurso já tinha desistido. Até as fiscais se sensibilizaram e falaram para eu ficar mais tranqüila. Mas na minha mente só tinha que eu havia passado na baliza. Meu sorriso só desmanchou quando me falaram de preço do reteste. Tenho quinze dias para inventar uma outra formula mágica para passar no teste. Até o próximo embate.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Miza, versão repórter


Amigo --Você vai ser uma ótima repórter!


Elefantes, flores e música pairaram pelo ar.


Assim quando comecei a fazer o curso de jornalismo sempre me interessei pela reportagem, pois, sou curiosa, gosto de conversar com as pessoas, ver o que está acontecendo, fora que adoro escrever. Faltava eu acreditar nisso.


Tenho pais funcionários públicos e lógico eles querem me ver igual a eles. É aquele papo de estabilidade, segurança, aposentadoria certa. Mas e a aventura e a adrenalina?Sei que isso não paga conta, mas dá brilho nos olhos e borboletas na barriga. Foi o que aconteceu quando vi pela primeira vez meu nome no quadro da edição, estava lá: Miza e Batista,repórter e cinegrafista.


Eram três matérias, nada de mais, aquelas mais fáceis para principiantes, mas para mim foi a glória. Já acompanhava a equipe de reportagem por vários sábados e tinha feito uma matéria, gostaram do meu texto! Oba!Desde então fico a espreita de qualquer oportunidade. Nem tinha dormido direito, tinha desenhado tudo na minha cabeça, não queria deixar ninguém esperando, fiz no tempo certo, com sono, e com uma voz que ainda transparece um pouco a falta de experiência.


Mas eu sei que tive a ajuda de alguém, de um amigo. Gosto de pessoas como ele. Daqueles que não tenho medo de olhar nos olhos e que acreditam em mim. Sou muito transparente, meus olhos me denunciam muito, sinto que sabem o que estou pensando. Ele sabe! Disse: Deixa com Miza ,ela dá conta! Falou isso para a diretora, o mais importante despertou isso em mim. Espero poder ser o que ele falou na última matéria que fiz e que mencionei no começo do texto: uma ótima repórter! Obrigada!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Tumulto


Faz tempo que não escrevo aqui, pois ai vai.....

Tumulto

Bem , já fiz 25 anos e ai? Namorado? Não. Trabalho?Alguma coisa. Faz bem dois anos que não tenho um namorado de verdade. Sou romântica ao extremo, e acredito que um pouco incompetente quando o assunto é relacionamentos amorosos. Você deve estar pensando que devo ser uma maior broaca, chata, tímida demais por não conseguir me relacionar, ou no mínimo sou uma tapada. Até que não sou muito isso tudo ai, sou loira, magra, ‘dou para fazer um caldo”.Trabalho com jornalismo, o que me exige desinibição. Agora ser tapada, talvez possa ser.

O último namorico que tive descobri que ele tinha namorada. Lágrimas intermináveis, mas realmente sabia que ele não prestava, já tinha me dado vários “bolos”, mas eu carente, na verdade queria que desse certo algum romance meu. Mesmo, sabendo que ele não tinha nada haver comigo.Ele era o estilo playboyzinho, tudo pago pelo pai, tinha o que queria, só falava sobre som de carro, acho que nunca leu um livro que não fosse obrigado pela faculdade. Claro, estou colocando só os defeitos, estou revoltada. Ele era bonito, simpático, papo magro, daqueles que fala o que toda mulher quer ouvir, mesmo ela tendo certeza que é tudo mentira. Eu também sou muito fácil quando tenho uma quedinha por alguém. Meu celular com crédito é um perigo. Homens gostam de mulheres difíceis, não “carentonas” como eu.

Tenho vergonha de contar como sou carente. Adoro carinho, sou pior que gato que fica se enroscando nas pernas dos donos quando quer um xodozinho. Mas não sei por que essas coisas românticas de encontrar um grande amor no supermercado, numa trombada no estacionamento, caindo da escada, nunca acontecem comigo. Aliais nem os encontros arranjados de amigos dos amigos meus surtem efeito. Não sei se foi mandiga, ou se sou azarenta, ou é por que como disse no inicio sou muito incompetente nesse aspecto. Eu vejo que com os outros flui mais fácil. Acho que preciso de um analista, talvez no dia que tenha coragem de ir, então só preciso imprimir essas páginas e esperar ele ler. Mas minha amiga falou que eles falam só o senso comum. Bem, mas ainda preciso conferir.

Esqueci de falar que apesar de não me achar tímida, às vezes até muito extrovertida, acredito que tenho senso de humor,(você deve estar me achando gabola, não se preocupe, você deve ter uma pessoa te esperando quando terminar de ler isso, enquanto eu vou continuar escrevendo sem ninguém para encontrar ). Mas tem momentos que eu deveria tomar as atitudes certas e outras em que eu deveria esperar. Bem, faço tudo ao contrário.

Engraçado que às vezes vou para esses shows, micarinas, boates, onde geralmente as pessoas se encontram, ficam, beijam na boca, e eu volto intacta. Dá um medo beijar alguém que eu nunca vi, de vez enquanto rola sim, mas não engata. Não vejo frutos. Eu fujo, coloco obstáculo, ou não acontece nada mesmo, não tenho do que fugir.Bem, eu queria ter alguém para abraçar no fim do dia, e que ele sorrisse para mim feliz por me ver. Ai, como eu sou brega!