segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Diálogos - baseados em conversas reais


- Deu tempo de você falar sobre a bomba caseira?

-Só com os olhos

.....

-Quando eu era “o moleque” estava ótimo. Mas você começou a gostar de mim. Não esperava.

-Nem eu. Mas gosto de você.

-Não estou preparado para isso. Quero ser irresponsável nesse momento.

-Você é um moleque mesmo.

-Agora você está me entendendo.

...

-Elas se cansam de mim.

-E você se cansa do cansaço delas.

-Isso mesmo, então descanso.

...

-Eu escrevi essa poesia para você me perdoar.

-Mas eu já te perdoei.

-Você não pode me perdoar eu fui grossa e insensível.

-Se prefere assim, então não te perdôo.

-Obrigada.

...

-Meu gatinho morreu, prima.

-Mentira.

-Ele morreu sim.

-Você falou isso três vezes hoje.

-Mas agora ele morreu de verdade.

-Duvido.

Páaaaaaaaa. A menina, aos prantos, joga o gatinho defunto no chão com toda força.

-Viu. Ele morreu. (choraminga)

-Agora não tenho dúvidas.

...

-Estou desempregado.

-Não se preocupe, é passageiro.

-Preferia ser pelo menos motorista.

...

-Você continua um pobre.

-Pobre sim. Mas nunca te esqueci.

-Como assim não me esqueceu? Você está noivo de outra mulher!!!

-Isso não significa nada.

-Significa sim, você está mais pobre.

...

domingo, 31 de outubro de 2010

Super Sensibilidade Adquirida

Uma grave doença vem assolando grande parte da população mundial, mas poucas pessoas sabem que existe. Resolvi fazer um estudo sem nenhuma comprovação cientifica, colhendo os “ouvir dizeres” e observando ‘de rabo de olho’ o desenvolvimento dessa enfermidade patologicamente distribuída entre as pessoas que conheço.

Por exemplo, se você chora quando a mocinha do filme está com os olhos marejados dizendo que tem medo de seguir em frente. Fica irritado, e “solta os cachorros” quando vê alguém sendo maltratado injustamente.Não acredita quando seu amigo diz que no mundo hoje só vale o dinheiro,e tenta quase brutalmente fazer seu impoluto amigo mudar de opinião. Cuidado! Ao se identificar com pelo menos uma dessas alternativas, você pode está sofrendo de S. S. A., Super Sensibilidade Adquirida.

A S. S. A., doença comumente vinculada as mulheres , pode se manifestar em qualquer pessoa, independente de sexo, idade,nível social ou cultural. Pessoas com essa doença são normalmente taxadas de iludidas, inocentes e dramáticas. E quando ela se manifesta nos homens o preconceito é ainda maior,mas esta enfermidade às vezes pode torná-los mais charmosos para as mulheres.

Os doentes de S.S.A. tem susceptibilidade a crises de choro, ansiedade, depressão, raiva, explosão emocional, dores de cabeça e no coração. É preciso deixar claro que existem os níveis de estágio da doença. Os portadores de S.S. A. podem ficar em estado crônico quando expostos a fim de relacionamentos, briga com os amigos e perda de pessoas próximas.

Portadores de Super Sensibilidade Adquirida ficam tristes quando o amigo está, quer resolver os problemas dos outros, se sente culpado sempre por não ter feito mais do que podia e acha todo fim de relacionamento afetivo o fim do mundo.Remédios e vacinas para essa patologia ainda não foram desenvolvidos, sabe-se apenas que muito carinho e cuidado de pessoas queridas melhora o quadro da doença. O mais estranho é que quem sofre de S. S. A. muitas vezes quer continuar com isso. São sádicos e têm costume de ler textos como esse .

A origem da doença é desconhecida e o modo de transmissão também . Se você convive com alguém com a síndrome há chances de se contaminar, o fator genético é determinante, mas podem acontecer casos isolados.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A origem do meu nome


- Como você se chama?

-Eu me chamo Miza.

-Ah...Luiza?

-Não, Miza. M-I-Z-A. Miza.

-Ah...É um apelido?

-Não, é meu nome mesmo...

-...

Essa conversa eu tenho quase todos os dias. É o mal de quem tem nome diferente ou estranho . A apresentação deixa de ser algo simples. Se meu nome fosse Maria ou Luana, só seriam duas perguntas e um “muito prazer”.

Outra dúvida comum é sobre a origem do meu nome. Queria dizer que foi inspirado em uma deusa grega que lutava pela paz e o amor ou uma rainha dos tempos antigos, mas não foi. Na verdade surgiu de um simples jogo de palavras que o meu pai fez. Ele achava bonita a palavra ‘missa’ (não me perguntem o porquê) então ele retirou o “SS” e foi colocando as consoantes até chegar a última letra do alfabeto. E ai surgiu Miza. Acho que nessa época ele não tinha muita coisa para fazer...

Meu nome foi criado antes de eu nascer. Então, meu pai ofereceu sua obra-prima para minha tia que estava grávida.Ela respondeu:’ Miza, nam, que nome estranho’. Minha prima nasceu linda,loira e com nome de cantora de MPB.

Mas, finalmente eu nasci e meu pai pode realizar sua façanha de ter uma filha com o nome Miza. Quando era criança não gostava muito dessa nomenclatura, uma vez até disse que meu nome era Marcela para uma amiguinha. Na adolescência, quando um jovem que não gostava ia se apresentar a mim, dizia que me chamava Marina. Só por preguiça de ter que repetir meu nome várias vezes. Quando passava na rua, ouvi : Eita Marina!! Eu sorria, sem graça.

Para não me sentir sozinha comecei a procurar pessoas com o mesmo nome que eu. Um amigo descobriu uma loja com o nome Miza Festas. Quem sabe a proprietária tem o meu nome? Mas o nome dela era Artemiza. No caso dela sim, era apelido. Então para contrariar a lógica dos apelidos pequenos, meus colegas de trabalho começaram a me chamar de Mizalina, Mizaltina, Mizaele... Um dia tive que mostrar minha identidade por que não acreditavam mais que meu nome era Miza.

Hoje não me sinto sozinha. Descobri que há várias Mizas nas ruas. Miza 250. Miza 150 cilindradas.Existe uma marca de moto japonesa que se chama Miza.Acho até que vou mandar esse texto para o setor de marketing da empresa. Quem sabe fazer uma campanha publicitária? ‘Sou Miza e tenho minha Miza’. Foi horrível, não é? Mas, se eu ganhasse uma Miza, já ia ser muito bom.

Apesar de todas as dificuldades que é ter um nome incomum. Eu adoro o meu. Faz parte de mim. E acho até que parece comigo: difícil de entender. O melhor de tê-lo é quando meus amigos me chamam, sinceros, com um sorriso no rosto. Acredito que um nome é só um conjunto de letras, só você pode dar vida a ele.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Nuvens de chuva


Quase todo mundo tem uma nuvem de chuva sobre a cabeça. Isso mesmo, uma nuvem. Algumas são mais escuras, tempestuosas e truculentas. Outras, mais brandas e se deixam influenciar pela ações das frentes frias ou secas. Um menino que conheço tem uma nuvem que se forma toda vez que alguém o chama de feio. É o complexo dele. O que deixa pequeno, encharcado de água e raios. Tem uma mulher que isso acontece quando ela se sente pobre. Quando não consegue comprar o que acha que todo mundo deve ter.

As nuvens negras deixam as pessoas sombrias e muitas vezes se formam durante a infância ou adolescência. Existem até especialistas que cobram para tirar nuvens de chuva da cabeça. Mas há os que fazem de graça, são os amigos e a família. Eu tento ajudar os outros com suas nuvens. Afinal, eu sofro com as minhas. Às vezes, tento correr mais rápido que elas e me escondo em casa quando elas estão nebulosas. Tenho medo de acabar trovejando em alguém.

Há quem use até guarda-chuvas especiais para tentar se proteger. Eles vêem com bula e contra-indicações. O certo é que você também pode tentar adestrá-las e diminuí-las. Ás vezes elas até desaparecem por um tempo. As nuvens também não tem significado certo pode ter motivos pessoais, profissionais ou culturais.

O pior são as nuvens que criam outras. Muitas delas podem resultar até casos trágicos. Um dos segredo é enxergar a sua nuvem, descobrir o porquê dela está ali e partir para o ataque, use as mãos, as palavras, as ações boas e atividades interessantes.Fazer delas um desafio para deixar os dias ensolarados é uma alternativa.

domingo, 25 de abril de 2010

Penetra



Uma noite nublada, árvores espessas e um portão antigo. Mais adiante uma casa sombria com duas pessoas de branco sentadas a porta. Parece uma descrição exagerada e estereotipada, mas era assim. Minha primeira vez ali. E por pura curiosidade entrei em um Centro Espírita.


Logo quando cheguei tive que fazer um cadastro, não gostei daquilo. Era como se aquele papel lhe fizesse ter um compromisso de voltar, e eu não sabia nem se ia ficar ali até o final. Como cheguei atrasada, fiquei meio perdida. Fui encaminhada para uma sala onde uma mulher discursava para iniciantes como eu. Entre as falas da mulher uma me chamou atenção: ‘A noite vocês pensam que estão sozinhos, mas não estão”. Era só o que faltava para eu não dormir direito, pensei.


Depois dela ter falado de curas,histórias de espíritas e de como seria o tratamento espiritual, então percebi que estava ali de penetra. As pessoas procuram o centro quando tem problemas.E eu não tinha nada de muito sério para resolver, só minha curiosidade. Como eles iam tratar isso?

Ela então perguntou se as pessoas presentes queriam ser entrevistadas por alguns membros do centro, para expor suas dificuldades. Claro que fui. Em uma parte da casa, os iniciantes eram divididos em cabines, onde em cada uma, pessoas com roupas brancas escutavam o que se tinha a dizer.


Na minha cabine tinha um homem jovem, sereno, tranqüilo, daqueles que parecem que não se irritam com nada, nem que você der uma paulada na cabeça dele. Eu me senti bem a vontade, e como sou tagarela, comecei a contar meus problemas cotidianos. Confesso que me senti mais leve e até fiquei amiga dele, ele estava até contando a história de quando conheceu sua mulher.


Só no final me lembrei que tinha minhas curiosidades a serem tratadas. Então veio a enxurrada: Você vê espírito? Como eles são? Tem algum perto de mim? E esse negócio de áurea, você vê a minha, ela está carregada? E a resposta era: Não, não, não, não. Ele não era médium, era só um dos que seguiam a doutrina espírita. Só revelou algumas respostas vagas. Então percebi que minha investigação tinha apenas começado. E pior, estava ficando tarde e começou a chover forte.


Ao sair da cabine, me vi numa encruzilhada para chegar até a parte da saída da casa. Para chegar lá, tinha dois caminhos: ou eu ia pela parte externa, pela chuva ,ou enfrentava duas salas vazias de um centro espírita. Como demorei muito, a maioria das pessoas já tinham ido embora. Pensei como seria sair dali com o cabelo e as roupas todas molhadas ou enfrentar duas salas escuras, com uma mesa bem grande cheia de cadeiras vazias, que pareciam ser usadas em sessões em que os espíritos ‘baixavam” nas pessoas.


Por mais estranho que pareça eu escolhi passar pelas salas. Andei rápido, tentei olhar só para a última porta que deveria abrir para sair. O medo maior era que ela estivesse trancada. Estava encostada, alívio. Ao sair foi louvada pelos mais experientes. “Nossa, a primeira vez em um Centro Espírita e passou por duas salas escuras, sozinha”. Então, respondi: Sou rápida.


Depois que sai, descobri algo importante. Minha amiga me informou que no final do tratamento espiritual, o médium que coordenava o centro conversava conosco. Mas, tinha um detalhe, ele estaria incorporado pelo espírito de um médico psiquiatra. Era esse médium que teria minhas respostas. E eu não ia esperar até terminar o tratamento para tê-las.

sábado, 6 de março de 2010

Hora da novela


“Minha vida é uma novela’, eu escutei isso de uma velhinha que passava do meu lado. E pensei: Não mesmo,vovozinha, minha vida não é o que passa na televisão. Vamos combinar que os folhetins romanesco estão bem longe da vida real. Claro, tem algumas pinceladas de lembranças das nossas vidas, mas ...


É inacreditável o que vejo nas novelas. O que acho mais hilário é questão da paternidade. Nunca o personagem é filho de quem realmente pensa. Deve ser muito comum por onde os escritores vivem ,mas até agora não conheço ninguém que passou por isso. E claro, que o pai do ator principal é o um cara riquíssimo, e que ele tem um romance com alguém que ele acha ser sua irmã. Então descobre que não é.Reivindico que todos os personagens façam teste de DNA no inicio da trama, para nos poupar desse ‘suspense”.


Tem também a cena do esbarrão. É aquela cena em que a mocinha encontra com o mocinho numa esbarrada. Ela derruba tudo no chão destrambelhadamente e o rapaz ajuda a pegar os livros, caneta, bandeja, ursinho de pelúcia, ou qualquer porcaria que tem nas mãos dela. E então é fato. Eles se apaixonam. É uma pena que nunca tenha encontrado o Rodrigo Santoro assim. Bem , se isso já aconteceu com vocês me avisem. Pois em todos horários, em todas as novelas acontece.


E os diálogos? Sério, são tão artificiais. Não falo dos atores. Eu me refiro ao teor do texto. Muito melosos. Minha mãe não fica dizendo toda hora que me ama. Ela tem mais o que fazer. Fora que são tão formais. Às vezes penso que o verdureiro da novela é formado em Harvard.


As roupas então são impecáveis. Se os atores representarem pessoas ricas então... Nunca vi ninguém com aquela blusa folgada, com buraquinhos, que todo mundo tem para ficar em casa. Nem os mais pobrinhos. Maquiagem certa na hora certa. Deve ser chato, não ter ninguém para a gente fofocar: “Aquela roupa estava horrorosa, que batom é aquele’.


Sei que as telenovelas são feitas com todo cuidado. Tem vários profissionais envolvidos, autores consagrados. E que são idealizados no que as pessoas querem. Mas acredito que o público quer mais que os clichês dos clichês. Aliais, nós merecemos. Sei também que a fantasia é que nos atrai. Já imaginou você chegar do trabalho cansado e ver seu personagem preferido todo sujo e molambento. Não sei se agradaria a todos. Mas, deixaria nossos ídolos um pouco mais humanos.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

As picuinhas do cotidiano


Está difícil atualizar esse blog. Sei lá, ando sem inspiração e achando meus textos tão ruins que não dá nem para postar. Primeiro escrevi um diálogo de um suicida, achei deprimente demais. Ontem tentei escrever sobre a segregação musical das pessoas, mas também não gostei. Resta-me pensar no que anda me incomodando. Por que só escrevo o que me incomoda, ou sobre algo que acho tão legal que me incomoda se eu não colocar para fora nessas linhas. Não estou sentindo nada me cutucando. Mas sempre tem as picuinhas do cotidiano que espero que pelo menos diminuam em 2010:


. Desejo que todas as baterias de celular tenham carga eterna em 2010, sempre quando estou fora de casa ela descarrega. Vale também alguém inventar um celular a energia solar.


. É indispensável que nesse novo ano as chaves de casa permanecem no local em que nós a colocamos. No meu caso tenho uma amnésia crônica e nunca sei onde esse bendito artefato se encontra.


-Que o tempo não mude repentinamente quando eu saia do cabeleireiro. Sempre vem uma nuvenzinha ou a umidade do ar para deixar meu cabelo nem liso, nem cacheado. Ou pior, vem um calor de rachar que me faz suar e tirar o efeito da escova. (bem fútil, hein...mas sou mulher... rs)


- Que os livros, CDs ou DVDs que compramos ou pedimos emprestado, pensando que é maior obra de arte, não sejam aquele tédio total ou uma viagem nada filosófica.


-Que haja dinheiro para nós comprarmos aquela roupa tão sonhada, aquele óculos bacana, ou utensílio que você sempre deixa para depois, usando aquela velha frase: “Quando eu tiver dinheiro, eu compro...” Eita dia demorado...


-O computador e a internet não devem travar bem na hora que estamos mais entretidos com essa ferramenta maravilhosa que é o WWW... Que nossa paciência sobreviva aos ataques de lentidão que nossos PCs nunca ficam imunes.


-Espero que ninguém nos chame quando estivermos pegando no sono, e quase sonhando com o Reynaldo Gianecchini, ou se você for homem , pode ser a Juliana Paes. Mas, isso sempre acontece, e acabamos gritando: O que é , menino.. Vamos tirar ou diminuir a emissão desses tipos de frases-respostas para coisas chatas.Para isso, que diminua as coisas chatas.


-Menos gritos que estalam nos nossos ouvidos nas ruas, em casa ou vindos dos vizinhos. Menos “chamadas de atenção” no trabalho , na escola ou na universidade.


-Que mais pessoas saibam para onde ligam. E que você não atenda seu telefone pensando ser aquela pessoa especial e acaba triste dizendo: Não, aqui não é do Clube do Professor!


-Que não haja problemas para serem resolvido logo bem cedo da manhã.


Ah, são vários detalhes e aborrecimentos que fazem parte da nossa vida. O que nos resta é tentar encarar com bom-humor e fazer desse ano novo ano o que queremos dele. Desejo a todos meus amigos ou desconhecidos que acompanham meus textos ou que nunca leram eles, aquelas breguices que todo mundo diz, mas que são clichês legais de se realizarem: saúde, paz, amor e sucesso sempre!